Projeto em Execução | Desenvolvimento Comunitário
Geração de renda em Agroflorestas da Mata Atlântica
Localização
A área de abrangência do projeto é a região do Baixo Sul da Bahia, nos municípios de Piraí do Norte, Ituberá e Igrapiúna.
Na região, incide a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, uma área de 171 mil hectares considerada um hotspot ambiental, com potencial de geração de riqueza para as comunidades locais por meio dos serviços ambientais gerados pelas suas florestas e outros ativos ambientais.
Mais especificamente, os municípios do projeto ficam no Ecopolo II, onde a paisagem é majoritariamente rural, formada por um conjunto de sistemas agroflorestais, como o da borracha, além do cacau, o cravo da índia, a pupunha, e por significativas manchas de mata conservadas que desenham um mosaico, permitindo a existência de corredores ecológicos entre as propriedades no médio Vale do Rio Juliana.
Espécie: Cupuaçu
(Theobroma grandiflorum)
O cupuaçu é uma espécie nativa da Amazônia, e cujo cultivo foi expandido para a Bahia para diversificar a produção local, como forma de superar a crise da cacauicultura ocasionada pela disseminação da vassoura-de-bruxa. Lá, acabou encontrando condições favoráveis de solo e clima, e hoje o estado é um dos principais produtores do fruto.
O cupuaçuzeiro é tradicionalmente cultivado pela agricultura familiar, em quintais e pomares, junto com outras espécies nativas que trazem diversidade e segurança alimentar para as famílias, pois precisa de sombra para se desenvolver, e o SAF oferece isso.
Os frutos são coletados quando caem naturalmente no solo, por isso, é importante realizar a poda de manutenção da árvore, evitando que ela fique muito alta. Isso é importante para evitar a quebra dos frutos, que são grandes e pesados, o que ocasionaria o seu descarte.
História da comunidade
Serão beneficiados diretamente 60 agricultores familiares que vivem na região da APA do Pratigi. São famílias com pequenas propriedades rurais, que trabalham, em sua maioria, no sistema de agricultura familiar, em municípios de baixo IDH.
Os principais produtos cultivados são: cacau, seringa, banana, piaçava e mandioca. No entanto, essas atividades, principalmente as ligadas às lavouras temporárias, normalmente estão associadas a técnicas inadequadas de plantio, como a utilização de queimada e supressão da vegetação nativa, acelerando o processo de degradação do solo, acarretando em perda de biodiversidade e assoreamento de grande parte dos leitos fluviais da região.
Desde 2011, a OCT vem estimulando esses produtores rurais a implantarem SAFs biodiversos em áreas alteradas ou degradadas, utilizando espécies florestais nativas e agrícolas de vocação regional, entre elas o cupuaçuzeiro. Porém, a falta de estrutura adequada para o beneficiamento dos frutos faz com que muitos produtores não agreguem à renda familiar receitas geradas a partir da comercialização desse importante ativo.
Para mudar essa realidade, o projeto pretende apoiar tecnicamente e capacitar produtores para o manejo sustentável, beneficiamento e processamento do cupuaçu (amêndoas e polpa); e estruturar uma unidade de beneficiamento e armazenamento da produção em parceria com uma cooperativa de produtores da região. Ao oportunizar a ampliação da geração de renda a partir da comercialização de um dos cultivos presentes nos SAFs da região, a execução deste projeto irá contribuir também para agregar valor à floresta ao mesmo tempo em que apoia a subsistência e funciona como reserva de valor em contextos de pobreza.
Impactos históricos:
2001 – Fundação da Organização de Conservação da Terra – OCT
2022 – Formalização do apoio do Boticário ao Projeto “Geração de Renda em Agroflorestas da Mata Atlântica”.
O projeto
O projeto “Geração de rendo em Agroflorestas na Mata Atlântica” tem como principal objetivo promover a geração de renda e estimular o empreendedorismo para agricultores familiares por meio da estruturação da cadeia produtiva do cupuaçu. Como consequência, espera-se agregar à renda familiar receita a partir da venda do cupuaçu, com aproveitamento do potencial produtivo das áreas plantadas, garantindo a manutenção das plantas existentes nas propriedades, gerando renda e conservação.
1
painel diagnóstico sobre o potencial produtivo da região
300
toneladas de polpa de cupuaçu produzida
6
toneladas de amêndoa de cupuaçu
60
produtores assistidos para o manejo sustentável
1
unidade de beneficiamento estruturada
5
capacitações para beneficiamento e processamento do cupuaçu
Impactos do
projeto
Atividades do projeto
Diagnóstico do potencial produtivo de cupuaçu na região
Aplicação de entrevistas com formulários estruturados para elaboração de um painel diagnóstico, contendo informações sobre o perfil dos produtores, número atual de plantas, sistemas de cultivo e manejo, potencial para ampliação do número de plantas, e espacialização dos produtores da região.
Capacitações para o beneficiamento e processamento do cupuaçu
Oferta de capacitações sobre boas práticas de fabricação, segurança dos alimentos, e Procedimento Operacional Padronizado - temas essenciais para preparar adequadamente os beneficiários para a comercialização do cupuaçu in natura; além de capacitações em processamento de produtos como geleias e desidratados.
A mobilização para estas atividades terá como foco o estímulo à formação de lideranças femininas na comunidade, com perfil empreendedor, pautado na economia solidária de subprodutos da agricultura familiar, para a criação de uma Rede de Mulheres que buscará preencher as lacunas existentes, proporcionando a autonomia feminina no campo.
Assistência técnica para os produtores para orientações quanto ao manejo sustentável das áreas produtivas
Visitas dos técnicos nas propriedades dos beneficiários, e acompanhamento remoto por meio de aplicativo desenvolvido por uma startup parceira da OCT, onde os técnicos fazem o registro de todas as ocorrências e recomendações feitas aos produtores. Com a utilização da ferramenta, será possível sistematizar as informações coletadas durante os atendimentos, e com isso monitorar e avaliar o andamento das atividades.
Estruturação de uma unidade de beneficiamento
Estruturação de uma unidade de beneficiamento e armazenamento da polpa do fruto com uma câmara fria para garantir que não haja perdas por falta de armazenamento adequado. Também serão construídos quatro cochos para fermentação e dois secadores solares para a secagem das amêndoas.
Realização
Grupo Boticário
Um dos maiores grupos de beleza do mundo, o Grupo Boticário é uma empresa brasileira presente em 50 países. É dono das marcas O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice?; BeautyBox, Vult, O.u.i, Dr. JONES, Truss e do marketplace Beleza na Web, além de atuar com produtos licenciados como Australian Gold e sua divisão para o mercado B2B. Essa interação entre diferentes marcas, ativos, plataformas, rede de franqueados, representantes, distribuidores, varejistas, sellers e fornecedores formam o ecossistema de beleza do Grupo Boticário que oferece, ainda, soluções digitais de gestão de negócio para o varejo brasileiro por meio das suas marcas Mooz, Casa Magalhães e GAVB. São mais de 15 mil colaboradores diretos, com mais de 4 mil pontos de venda em 1.780 cidades brasileiras.
Pautada por uma atuação responsável com o planeta, a sociedade e os consumidores, a empresa tem o ESG embutido em seu modelo de negócios. Até 2030, o Grupo prevê ampliar o impacto positivo para a sociedade por meio da gestão de resíduos com a plataforma “Uma Beleza de Futuro”, que reúne compromissos ambiciosos voltados para as dimensões humanas, ambientais e nossos processos produtivos.
A história do Grupo Boticário começou em 1977 em uma pequena farmácia de manipulação no Paraná e hoje agrega laboratório, fábrica, inovação, tecnologia, logística, marketing e varejo, em um ecossistema de 64 mil pontos de venda no varejo, parceiros e fornecedores. A empresa atua ainda nas frentes ambientais, sociais e culturais e conta também com atuação da Fundação Grupo Boticário e Instituto Grupo Boticário. Conheça mais em www.grupoboticario.com.br
OCT
Organização fundada em 2001, que atua na Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi, Baixo Sul da Bahia, em uma área de 171 mil hectares. Sua atuação se dá em dois eixos: conservação ambiental, na qual executa serviços ambientais e de fortalecimento dos recursos naturais; e conservação produtiva, que incentiva culturas agrícolas de baixo impacto, estimula o reflorestamento e a ocupação da propriedade com cultivos que contribuam para manter o equilíbrio do ecossistema.
VBIO.eco
Plataforma de bioeconomia que viabiliza projetos de valorização da biodiversidade brasileira. Conta com uma equipe multidisciplinar com mais de 12 anos de experiência em gestão de projetos e comunicação corporativa. Sua atuação já viabilizou a operação de 23 projetos de valorização da biodiversidade, e criou uma rede de mais de 500 organizações e empresas atuantes na causa socioambiental.