Na região do Rio Unini, Amazonas, dois projetos da VBIO desempenharam um papel crucial no fortalecimento da economia local e na promoção da ambiental. Os projetos Pique e Castanheiros do Unini são iniciativas que envolvem as comunidades locais do Baixo Rio Negro em práticas extrativistas sustentáveis, com foco na copaíba e na castanha-do-brasil, respectivamente, garantindo a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das famílias envolvidas.
Projeto Pique e o manejo coletivo da Copaíba
O Projeto Pique apoiou a implementação de uma trilha piloto na Reserva Extrativista (RESEX) do Rio Unini, localizada em Barcelos/AM, para o manejo coletivo de copaíba (Copaifera sp.). O foco do projeto é o beneficiamento e comercialização do óleo extraído dessa árvore nativa da Amazônia, uma resina conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas.
Com o objetivo de centralizar a extração de copaíba em uma estrutura coletiva e bem planejada, o projeto beneficiou diretamente 53 cooperados da Cooperativa Mista Agroextrativista do Rio Unini (COOMARU). Esses cooperados, que vivem nas calhas do rio Unini, fazem parte de um movimento regional que visa promover a gestão territorial para fortalecer a economia local e qualificar as relações comerciais dos elos da cadeia de valor.
A implementação do Projeto Pique envolveu o mapeamento de áreas de interesse para identificar árvores de copaíba e o planejamento de uma trilha coletiva para a coleta do óleo. Além disso, foram realizados investimentos para capacitação dos extratores locais, visando garantir práticas de manejo responsáveis.
Com a abertura dessa trilha comunitária, a COOMARU pretende não apenas aumentar a eficiência da extração de óleo de copaíba, mas também gerar novas oportunidades de mercado para os produtos da floresta.
O impacto do Projeto Pique:
No projeto Pique, o foco está na extração sustentável de óleo de copaíba, uma das riquezas naturais da região.
- 1 trilha (pique) de 4km foi planejada e estruturada, com infraestrutura de acesso e escoamento de produção, sendo operacionalizada coletivamente pela COOMARU.
- 53 extratores receberam capacitação para realizar a coleta manejada de óleo de copaíba no Rio Unini, garantindo qualidade e sustentabilidade na extração.
- 410 litros de óleo já extraídos, com a COOMARU liderando esse processo e fortalecendo as oportunidades de mercado para o produto amazônico.
Projeto Castanheiros do Unini e a valorização da Castanha-do-Brasil
Ao lado do Projeto Pique, o Projeto Castanheiros atua no fortalecimento da cadeia produtiva da castanha-do-brasil na mesma região, consolidando a COOMARU como a principal responsável pelo beneficiamento desse importante fruto na região do Rio Unini.
Esse projeto tem gerado não apenas renda para as famílias, mas também fortalecido a economia local, com impactos diretos em cerca de 100 famílias na região. Através do incentivo ao extrativismo responsável, o Projeto Castanheiros também promove a proteção das florestas, garantindo que as áreas de castanhais sejam mantidas em pé, favorecendo a conservação ambiental.
O impacto do Projeto Castanheiros do Unini
- 100 famílias de extrativistas das calhas do Rio Unini foram beneficiadas pelo projeto Castanheiros do Unini, com ações que impulsionam a produção e comercialização de castanha-do-brasil.
- O projeto atendeu a 79% das exigências do MAPA para as usinas de beneficiamento de produtos da sociobiodiversidade, abrindo novos mercados para os produtos da COOMARU, cooperativa da região.
- Ao todo, foram produzidas 4,3 toneladas de castanha-do-brasil em amêndoa, com a aquisição de 13,5 toneladas de castanha bruta junto a mais de 15 castanheiros, fortalecendo a cadeia produtiva local.
- Para apoiar a logística de produção, foram realizados 2 ciclos de 10 dias operacionalizados na CAUMORU (usina de beneficiamento), apoiando o deslocamento e a permanência dos cooperados na localidade da usina.
Resultados concretos
Ambos os projetos têm gerado benefícios significativos para a região. Socialmente, a organização coletiva e o fortalecimento da cooperativa tem permitido uma melhor gestão do território, com impacto direto na geração de emprego e na melhoria das condições de vida das comunidades extrativistas.
Os benefícios ambientais também são notáveis. Tanto o manejo da copaíba quanto da castanha são práticas extrativistas que incentivam a conservação das florestas e o uso sustentável dos recursos naturais. Por exemplo, essas cadeias produtivas possibilitam a manutenção de grandes áreas de floresta em pé enquanto garantem a subsistência das famílias, e as boas práticas de manejo dão suporte para a manutenção da biodiversidade local.
A VBIO coordenou estes projetos, em parceira com a Fundação Vitória Amazônia e apoio do Grupo Boticário. Juntos, estamos criando um modelo de bioeconomia sustentável que não só beneficia as comunidades locais, como contribui para a conservação da biodiversidade e também serve de exemplo para outras regiões da Amazônia e do Brasil.
Para conhecer mais projetos e o trabalho da VBIO, acesse www.vbio.eco/
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