Painel apresentado pela VBIO na COP28 destaca desafios e oportunidades de projetos realizados em cinco biomas brasileiros.
Desenvolver a sociobioeconomia nos diferentes biomas brasileiros requer uma abordagem integrada que leve em consideração os aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais específicos de cada região. Em 7 anos de atuação, a VBIO vem apoiando diversas iniciativas voltadas para o desenvolvimento da bioeconomia e conservação da biodiversidade em todo o Brasil. No painel Sociobioeconomia nos diferentes biomas brasileiros, a VBIO apresentou, em forma de debate, como essas ações têm apresentado resultados importantes, em especial para os povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares, garantindo sua permanência na floresta, a restauração dos ecossistemas e uma economia de baixo carbono.
Entre os painelistas, o evento contou com a participação da fundadora da VBIO e diretora da GSS Carbono e Bioinovação, Francine Leal; do diretor da Reservas Votorantim, David Canassa; da conselheira do Pacto Global da ONU no Brasil, Denise Hills; a diretora do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Fabiola Zerbini; e a diretora executiva do TNC Brazil, Frineia Rezende.
Confira alguns dos principais assuntos levantados, dentre os diversos tópicos de relevância para o Brasil, relacionados à bioeconomia e à sociobiodiversidade.
Contribuição para questões climáticas:
Iniciando com a origem da VBIO na COP do México em 2016, o painel enfatizou sua atuação como mediadora entre projetos socioambientais e investidores privados. Os mais de R$ 40 milhões em projetos mapeados sinalizaram o vasto potencial dessas iniciativas.
Desafios e oportunidades na sociobioeconomia:
Com a apresentação de projetos, com falas de proponentes e beneficiários, foram abordados os desafios e oportunidades de biomas como Cerrado, Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e bioma marinho. Denise Hills guiou a discussão pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ressaltando a importância vital dos biomas brasileiros no enfrentamento das mudanças climáticas.
Contribuições individuais e institucionais:
Além de alinhar objetivos aos ODS, houve ênfase na necessidade de arquiteturas estratégicas que se conectem com KPIs. A abordagem multifacetada, abrangendo desde a mitigação da fome até a promoção dos direitos humanos e a redução da desigualdade, foi considerada uma estratégia eficaz.
A Importância do ODS 17 (Parcerias pela Implementação):
O ODS 17 foi destacado como uma peça-chave para combater as mudanças climáticas, redesenhando o modelo econômico até 2030. A ênfase recaiu sobre parcerias e colaborações como fundamentais, entre iniciativa pública, privada e ONGs, para superar os efeitos adversos do atual modo de vida econômico.
Conhecimento tradicional e escala estratégica:
Pontos práticos como a importância do conhecimento tradicional, escalabilidade estratégica e o papel dos povos originários na conservação foram destacados. O desafio de escalar iniciativas, considerando diferentes biomas, exigiu uma abordagem cuidadosa. Afinal, como e o quê queremos escalar?
Mecanismos financeiros e biodiversidade:
A discussão avançou para mecanismos financeiros, como créditos da sociobiodiversidade e sua equiparação aos créditos de carbono. O papel vital das "florestas produtivas" como geradoras de riqueza foi ressaltado, e a necessidade de criar incentivos financeiros para investir na floresta foi apontada como crucial.
Vocação local e acesso a recursos:
Por meio dos vídeos apresentados, dos projetos desenvolvidos nos diferentes biomas, destacaram a importância de entender as vocações locais e mostrar à população que a floresta oferece recursos para o desenvolvimento local. O acesso a recursos, especialmente para territórios coletivos, foi apontado como uma necessidade crucial.
O painel proporcionou uma visão abrangente e prática das questões relacionadas à sociobioeconomia nos biomas brasileiros, abordando desde desafios imediatos até estratégias de longo prazo para garantir um equilíbrio sustentável.
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