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Projeto finalizado  |  Proteção da Fauna e Flora

Ecologia Molecular das Antas

Foto: Gabriel Marchi

Localização

O CEP - Contínuo Ecológico de Paranapiacaba é formado por um conjunto de Áreas Protegidas públicas e privadas que somam mais de 200.000 ha de Mata Atlântica. Do ponto de vista conservacionista, está entre os remanescentes de Mata Atlântica mais importantes, devido à sua extensão, grau de conservação florestal e complexidade das comunidades animais e vegetais.

 

Trata-se de uma das regiões que possuem o menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) do Estado de São Paulo. Com isso, são frequentes as atividades humanas desordenadas e conflitantes com a conservação de recursos naturais, como, por exemplo, a caça e a extração irregular de plantas nativas. 

Espécies

Anta (Tapirus terrestris)

A anta (Tapirus terrestris) é uma espécie-chave, pois exerce uma importante função no ecossistema, moldando a estrutura e função da paisagem e do ambiente em que ocorre. 

Por possuírem um ciclo reprodutivo longo, com 13 a 14 meses de gestação e apenas um (01) filhote por ciclo, a espécie é muito vulnerável a pressões antrópicas, possuindo baixa capacidade de resiliência. Por isso, hoje está classificada como “vulnerável” à extinção no Brasil. 

Na Mata Atlântica, a situação se encontra mais preocupante devido ao intenso processo de perda de habitat e fragmentação que o bioma sofreu ao longo dos anos, acrescido do fato de a espécie necessitar de grandes territórios para sua sobrevivência. Além desses, diversos outros fatores afetam a sobrevivência da anta na Mata Atlântica, mesmo em áreas protegidas, como: a caça, proximidade de animais domésticos que resultam em ataques ou transmissão de doenças, atropelamento e conflitos com agricultores. 

História da comunidade

Boa parte das ameaças às populações de antas estão presentes na região do CEP - Contínuo Ecológico de Paranapiacaba. A sua Zona de Amortecimento é caracterizada por diversos bairros e comunidades rurais, tendo como característica geral a baixa atividade econômica e dificuldade de acesso aos serviços públicos, fatores que favorecem a ocorrência de pressões diretas e indiretas sobre a área e os recursos naturais. 

A grande incidência de indivíduos de antas albinas na região indica provável perda de diversidade genética em função da redução populacional da espécie, ao mesmo tempo em que o albinismo confere menor expectativa de vida em animais em habitat selvagem. Antas albinas geralmente são resultados de endocruzamento, o que significa que as populações estão tão reduzidas ou isoladas que a reprodução acaba acontecendo entre indivíduos aparentados. Isso faz com que a diversidade genética seja reduzida, o que traz impactos negativos para a adaptabilidade e sobrevivência desses animais.  

 

A redução populacional das antas pode desencadear alterações significantes nos processos ecológicos da região. Através dos dados genéticos coletados e analisados no projeto, serão obtidos dados ecológicos para a espécie, como o grau de parentesco entre os indivíduos de cada área, incluindo a análise de parentesco entre os indivíduos com albinismo. Os dados obtidos subsidiarão a elaboração de planos de ação e ações de manejo, a fim de reduzir o declínio populacional ou até mesmo evitar a extinção local da espécie, além de contribuir com ações do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ungulados. 

Impactos históricos:

2007 - É implementado o Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar 

2014 - Registro da primeira anta albina dentro do Legado das Águas, e início da pesquisa sobre as populações de antas na região da Serra do Mar 

2018 - Registro da segunda anta albina dentro do Legado das Águas 

2019 - O Projeto Anta passa a integrar o Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar 

2022 - Apoio ao projeto “Ecologia molecular das antas da Serra do Mar” pelo Legado das Águas

2023 - Início da operação do projeto em janeiro

2024 - Finalização do projeto em janeiro

Nome completo:

Ecologia molecular das antas da Serra do Mar 

Duração:

12 meses.

Bioma:

Mata Atlântica.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS):

O projeto

O objetivo do projeto foi avaliar o estado de conservação da anta (Tapirus terrestris) no Contínuo Ecológico de Paranapiacaba, contribuindo para a construção e direcionamento de políticas e medidas de conservação da espécie, que também sejam importantes para a proteção da biodiversidade da Mata Atlântica, visto seu papel como espécie-chave. 

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amostras amplificadas, genotipadas e analisadas quanto ao grau de parentesco.

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folder com procedimento de coleta de material biológico desenvolvido.

Impactos do

projeto

Fornecimento de dados concretos que embasem as decisões do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Ungulados e gestores das Áreas Protegidas envolvidas 

Atividades do projeto

Objetivo específico 1: Análise de parentesco entre os indivíduos albinos

Essa atividade identificou a partir de materiais genéticos previamente coletados da área de estudo, o parentesco entre os indivíduos albinos identificados, a fim de verificar se os mesmos são geneticamente relacionados e se existe maior grau de parentesco entre eles em relação aos indivíduos não albinos. 

Para isso, foram executadas análises de laboratório como extração de DNA, amplificação de locos de microssatélites e genotipagem. 

Protocolo para coleta e armazenamento de amostras biológicas de mamíferos silvestres.

Realização

Legado das Águas

Maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil, com 31 mil hectares, é reconhecida como Posto Avançado da Biosfera da Mata Atlântica, administrada pela Reservas Votorantim LTDA. e mantida pela Votorantim S.A. Trata-se de um território raro, em estágio avançado de conservação e de um escudo natural para o recurso hídrico, onde são desenvolvidas ações de pesquisas científicas ligadas à conservação da fauna e flora da Mata Atlântica e atividades da nova economia como a produção de plantas nativas e o ecoturismo.

Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar

O programa surgiu da necessidade de promover uma agenda efetiva e integrada que pudesse conectar diferentes espaços territoriais, como unidades de conservação e comunidades locais, em prol da conservação da fauna silvestre na Serra do Mar. É fruto da persistência e do esforço conjunto de pesquisadores do Instituto de Pesquisas de Cananéia e do Instituto Manacá, este último que também é responsável pela promoção de ações de educação ambiental, pesquisa científica e turismo de natureza.

Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação - UFSCar

O LabBMC desenvolve estudos de Biologia Evolutiva, Genética de Populações e Genômica focados na Biodiversidade e sua Conservação. Ele está localizado no Departamento de Genética e Evolução (DGE), na UFSCar, campus São Carlos.

VBIO.eco

Plataforma de bioeconomia que viabiliza projetos de valorização da biodiversidade brasileira. Conta com uma equipe multidisciplinar com mais de 12 anos de experiência em gestão de projetos e comunicação corporativa. Sua atuação já viabilizou a operação de 23 projetos de valorização da biodiversidade, e criou uma rede de mais de 500 organizações e empresas atuantes na causa socioambiental. 

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